O presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, concedeu entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (07), na Academia de Futebol, para comentar sobre os acontecimentos que envolveu os jogadores do Verdão e alguns membros de uma torcida organizada palmeirense. Confira abaixo os principais trechos da conversa de Paulo Nobre com os jornalistas.
Confusão na Argentina
“O que aconteceu hoje pela manhã, na Argentina, é uma coisa inaceitável. O Palmeiras não vai tolerar esse tipo de atitude daqui para frente. Isso não é atitude de torcedor apaixonado, isso é atitude de bandidos dentro de uma torcida organizada. Claro que a gente não pode generalizar uma torcida organizada. Mas, da mesma maneira que um clube é punido quando um torcedor joga um objeto dentro de campo, é o que esperamos de uma torcida organizada. A gente espera que (os infratores) sejam identificados e expulsos da torcida. Isso não é só uma retórica, isso não fica só na palavra. A partir de hoje, vamos cortar todas as regalias que a torcida tinha. Nós estamos 100 por cento ao lado do nosso elenco. Conversei com o Fernando Prass e o Valdivia. Alguns jogadores, como ele (Valdivia), foram hostilizados antes de começar o jogo. Isso é uma coisa orquestrada por meia dúzia de pessoas. Enquanto a instituição estiver sendo prejudicada, o ônus da presidência é tomar atitudes enérgicas.”
“Hoje (quinta-feira), eu tenho reunião na prefeitura e vou levar esse problema de violência nos estádios. Vou falar com o prefeito, com o governador, com o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, e até falo com Dilma (Rousseff) se for preciso. Espero que os outros times abracem essa ideia porque, no ano que vem, a gente tem uma Copa do Mundo no Brasil. Espero poder contar com os outros presidentes de clubes nesta empreitada.”
Torcedores detidos na Argentina
“A informação que eu tenho é que ficaram tanto o Prass quanto os três suspeitos da torcida (na Argentina). Não sei se os três (torcedores) estão detidos, sei que o Prass está voltando. Eu não conheço esses bandidos. Cabe à torcida organizada expulsar esses bandidos e entregá-los à Polícia, se quiserem continuar com relações com essa diretoria.”
Relacionamento com torcidas organizadas
“O relacionamento com os lideres das torcidas organizadas sempre foi muito bom comigo. Não é segredo para ninguém que eu fui membro de torcida organizada, mas, na época em que fui membro da torcida, não havia esse tipo de vandalismo. Eu sou a favor do diálogo e do bom relacionamento, e tinha isso. Nos jogos em São Paulo, a gente vendia ingressos aos torcedores. Fora do Brasil, não era obrigação do Palmeiras financiar as torcidas organizadas. Eles queriam que a gente fornecesse a viagem. Eu disse que, se eles garantissem a viagem, o Palmeiras dava o ingresso para o torcedor organizado. O Palmeiras não é refém de torcida organizada. O fato de respeitar todo tipo de torcedor não faz do Palmeiras refém. Até que uma medida seja tomada por parte das torcidas, essas regalias estão todas cortadas.”
“O problema é que tem muito jogador que não quer vir por causa desse tipo de situação, ou acaba aumentando o salário para compensar. As torcidas só existem porque o Palmeiras existe. Eles são, teoricamente, pessoas apaixonadas. Tão apaixonadas que organizam bandeiras, faixas, fazem uma grande festa. No ano passado, o Palmeiras foi muito prejudicado pela torcida. O torcedor tem que ajudar o clube e não prejudicá-lo. O torcedor tem todo direito de criticar e vaiar, desde que não haja violência. Esse tipo de coisa prejudica muito a Sociedade Esportiva Palmeiras. O Palmeiras sempre foi desejo de jogadores, e hoje alguns pensam antes de vir para cá. Essa história vai mudar, vai acabar.”
“Eu tinha um bom relacionamento, e não corto boas relações por hipóteses. Os líderes não estão conseguindo cortar os maus elementos dentro da torcida. O ser humano respeita muito a certeza da punibilidade. A certeza da punibilidade que faz você cumprir as regras. A partir da meia dúzia que seja punido, os outros não vão fazer mais.”
Jogadores
“Nenhum jogador falou que não quer mais jogar. Falei com o Prass, que deve não estar satisfeito com o que aconteceu, mas é um profissional e vai defender o Palmeiras com o mesmo afinco. Conversei com o Valdivia. Quando ele tem atitudes ruins, ele deve ser criticado. Mas, quando ele tem atitudes boas, assim como nesse ano, tem que ser elogiado. Ele está tendo uma atitude exemplar dentro de campo. É inegável a atitude do Valdivia neste ano. Ele não tem ‘sangue de barata’. Ontem, antes de começar o jogo, tiveram agressões diretas a ele. Eu já disse a ele, não pode responder à torcida. Ele pode ter trocado xingamentos, mas isso não justifica a atitude da torcida.”
Possível punição da Conmebol
“Não temo porque são fatos totalmente diferentes, mas eu gostaria que a Conmebol tivesse algum tipo de atitude contra a violência que o torcedor teve. Qualquer coisa contra a violência, o futebol só tem a ganhar.”
União dos clubes
“O Palmeiras vai tentar fazer um movimento para que as coisas aconteçam de fato. O Palmeiras não tem preconceito com torcidas organizadas. As torcidas organizadas fazem quase um show nos estádios. A violência não vem de um torcedor, vem de um bandido. Não é porque faz parte de uma torcida organizada que é bandido, esses precisam ser banidos do futebol. Esse tipo de pessoa afasta o torcedor comum, ele acaba não indo aos estádios por causa dos bandidos que frequentam. Essas pessoas não são torcedores, eles são um câncer no futebol.”
Copa Libertadores
“Na minha opinião, a chance continua aberta para todos os clubes. É normal ter um tropeço. O Libertad foi um time que o Palmeiras respeitou muito nos 20 primeiros minutos e depois eles saíram na frente. Acho que faltou um pouco de bagagem na Libertadores, acabou caindo um pouco na catimba também. Ontem (contra o Tigre), foi uma fatalidade do futebol. O Palmeiras esteve melhor durante o jogo todo, criou várias chances e não concluiu. Tivemos uma chance clara aos 47 minutos e depois tomamos um gol aos 49. Agora, teremos dois jogos em casa contra essas equipes. Acredito que o Palmeiras tem toda a condição de se classificar no grupo.”
Permanência de Gilson Kleina
“O Gilson Kleina é o nosso técnico, independentemente do resultado de ontem e do que vai acontecer no domingo. Ele vai ser avaliado por um planejamento. Se for necessário, vamos fazer a mudança. Mas não vai ser um resultado ou outro que vamos mudar.”
A diretoria da Sociedade Esportiva Palmeiras está reunida neste momento para decidir quais providências serão tomadas a respeito das agressões sofridas pelos jogadores e comissão técnica do clube, hoje de manhã, no saguão do Aeroparque Jorge Newbery, em Buenos Aires, na Argentina.
O Palmeiras repudia os atos de violência, que feriram o goleiro Fernando Prass, e não reconhece como verdadeiros palmeirenses os que participaram de mais este triste episódio.
O presidente Paulo Nobre classificou como “bandidos irracionais, e não torcedores apaixonados os participantes da selvageria”.
O dirigente vai falar à imprensa nesta quinta-feira (07), às 15h30, na Academia de Futebol.
Com três pontos conquistados em três partidas na Copa Libertadores, o técnico Gilson Kleina acredita que o Palmeiras precisa vencer os dois jogos restantes em casa – contra Tigre-ARG e Libertad-PAR - para se manter vivo na competição sul-americana. De acordo com o comandante alviverde, os duelos no estádio do Pacaembu serão essenciais para o futuro palmeirense no torneio.
“Nossa situação agora é muito clara. Estamos com três pontos, uma vitória e duas derrotas. Precisamos fazer 100% contra Tigre e Libertad dentro de casa. Não existe outra maneira. Como só voltaremos a jogar na Libertadores dentro de um mês, vamos voltar a chave para o Campeonato Paulista, mas já passei a nossa situação aos atletas”, disse o treinador.
No dia 02 de abril (terça-feira), às 21h30, em São Paulo, o Verdão volta a campo pelo torneio continental. O adversário será novamente o Tigre-ARG. “Precisamos fazer o dever de casa porque teremos um confronto direto contra o Tigre. Precisamos entender bem o que será feito para trabalharmos nos dois jogos (no Pacaembu). Pelo que apresentamos hoje (quarta-feira), o resultado foi injusto. No mínimo, merecíamos o empate.”
Mesmo com o tropeço na Argentina, o técnico destacou o desempenho da equipe palestrina. “Na minha opinião, evoluímos, jogamos bem mais contra o Tigre do que contra o Libertad. Temos condições e bola para alcançar esse objetivo. Vamos procurar consertar as nossas falhas e pensar para frente. A melhor maneira de corrigir os erros é trabalhar, não tem jeito. Em 2009, o time também sofreu derrotas e conseguiu a vaga na última partida. Temos de acreditar”, falou.
Momentos após a derrota do Palmeiras por 1 a 0 para o Tigre, na Argentina, pela terceira rodada da fase de grupos da Copa Libertadores, o técnico Gilson Kleina concedeu entrevista coletiva para comentar sobre o rendimento do time na partida. De acordo com o comandante palmeirense, o placar final não condiz com o que foi visto dentro de campo.
“Tomar um gol dessa maneira é o pior sentimento do mundo, pois você não tem tempo para reagir. Após a expulsão do Vilson, tentamos nos organizar porque sabíamos que a única maneira que eles poderiam chegar seria na bola aérea e acabamos castigados. Sem dúvida nenhuma, foi um resultado muito injusto. Merecíamos, no mínimo, um empate”, avaliou Kleina, que completou: “Dói muito. Mas, pela pontuação, a vaga ainda está aberta e a nossa equipe precisa fazer 100% em casa, contra Libertad e Tigre, para reverter essa situação.”
Gilson Kleina sabe das dificuldades que os atletas palestrinos irão encontrar em todos os confrontos da Copa Libertadores. Por ser um torneio com poucos jogos, o técnico alviverde acredita que os jogadores do Verdão devem evitar erros, pois um tropeço pode ser fatal para o futuro do Palmeiras na competição sul-americana.
“É preciso entender que a Libertadores é uma competição curta e que não permite falhas. Precisamos ter mais ambição daqui para frente. Estamos errando quando não podemos. O que me deixa animado é que o time tem força e capacidade para buscar a reviravolta”, afirmou o treinador.
O Verdão volta a campo pela Copa Libertadores no dia 02 de abril (terça-feira), às 21h30, no estádio do Pacaembu, novamente contra o Tigre-ARG – o Alviverde ocupa o terceiro lugar no grupo 02 da Libertadores, com 3 pontos. Neste domingo (10), às 16h, o time palmeirense enfrenta o São Paulo, no estádio do Morumbi, pelo Campeonato Paulista.